terça-feira, 14 de agosto de 2007

A Sapa



O sapo da Guta é uma sapa

mas não pula

Tem boca e não coaxa

Tem dedos mas nada segura.

É uma sapa engraçada

com bumbum bem redondinho.

Tem cabelo espevitado

e a boca, imaginem,

pintadinha, pintadinha,

como se fosse mocinha.

A sapa da Guta é uma sapa

por ter laço vermelhinho.

E se o laço fosse azul?

Não combinava com nada

no verdinho da sapinha.

E como toda sapa maluca

ela nem nome tem ainda

mas podem acreditar

é verdade

ela tem até madrinha.

Agora fiquei na dúvida

ao contar essa historinha

a maluca é a sapa

ou a dona da sapinha?

Agora escolha, Gutinha!

Silêncio...


Silêncio!
A casa dorme
e, bem quietinha,
caminha só
uma Idéia Luminosa.
Vai devagarinho
bem de levinho
passando por todos os quartos.
Papai roncando não quer nem saber
Mamãe pensa somente no tricô
A irmã mais velha só vê o namorado
O irmãozinho nem sabe andar.
Quietinha, a Idéia Luminosa,
passa pela cama do menino
que começa a ter sonhos formidáveis.

As Mãos de Clarinha




Clarinha estava muito preocupada

com suas mãozinhas.

Ela estava desconfiada,

já tinha quase certeza,

que todo dia de noite

a mão direita brigava com a esquerda.

Era uma coisa chata

isso de briga de mãos,

pois se as duas caíssem de tapa

alguma mão mais nervosa

poderia acertar um tabefe

em qualquer outra parte do corpo

que não estivesse na briga.

E Clarinha pensou muito,

pensou uma tarde inteira,

tentando achar uma maneira

de não deixar as mãozinhas´

baterem na perna, cabeça,

e até quem sabe, ai que dor!,

em algum lugar mais doído

ali perto do nariz.

Daí lá pelo fim da tarde,

já bem de tardezinha,

Clarinha encontrou a solução:

já que as duas mãos brigavam,

não suportavam se ver,

ela arranjou uma calça

com um bolso de cada lado

e guardou cada mãozinha

ali, bem escondidinha,

pra acabar com o perigo

das duas se debaterem.

E daí foi um sossego!