sábado, 29 de setembro de 2007
Livro Bom
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Brincadeira
Quando me sinto sozinha
eu brinco com meu dinossauro.
Não ria, pois é verdade
e eu te conto como é.
Levante sua mãozinha
e olhe bem seus dedinhos:
são cinco, de vários tamanhos
que quando estão contra a luz
viram dedos de gigante.
Fique olhando a parede
a mão na frente da lâmpada
(é assim que ela cresce
até se tornar tão grande).
Coloque os cinco dedinhos
todos virados pra baixo
(como se fosse um banquinho:
a mão, lá em cima, é o estofo
e os dedos, lá em baixo,
os pezinhos).
Daí então levante,
mas bem devagarinho,
aquele dedo do meio
o mais alto, o mais grandinho.
E quando ele estiver lá em cima,
o mais alto que conseguir,
vire devagar a cabeça
e olhe para a parede.
Mas não se assuste com ele
é só um dinossaurinho
feito com cinco dedinhos
contra a luz, lá na parede
que vira seu brinquedinho
toda hora que você,
lá no fundo, bemno fundo,
se sentir assim tristonho,
se sentir muito sozinho...
Daí achou um amiguinho!
terça-feira, 11 de setembro de 2007
Segunda-Feira
Hoje tá frio...
Me encolho na coberta pra ver se o sol aparece mais depressa.
Hoje tá frio...
Ainda é noite lá fora e o galo da vizinhajá ligou seu despertador.
E ele fica cocoricando arretado!
Hoje tá frio...
E se eu olhasse pela janela veria cem estrelas a me piscar "Vem, vem cá brincar!"
Hoje tá frio...
E pensar que eu tenho aula quando o dia clarear
ter que sair do quentinho, colocar o uniforme gelado
tentar engolir leite morno, morder o pão lambuzado
gritar para o cachorro parar de latir no meu ouvido
brigar com o irmão mais novo
pedir lanche pro recreio
fazer cara de descontente, careta pra escovar os dentes
arranjar desculpa na escola, por não ter feito os deveres
fazer fila no banheiro,fazer fila lá no pátio
apagar o quadro-negro e me encher todo de pó
e no fim de tanta coisa, esperar o meio-dia
dar um tchau pra todo mundo
e rir feliz quando for
no campinho jogar bola.
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Mari-Mari-Mariana
que ganhou uma bicicleta
e ficou tão contente
tão eufórica, tão alegre
que não sabia o que fazer:
se subia pelas paredes
abria a janela e gritava
ou entrava na geladeira
só pra ver se de tão contente
tão feliz que ela estava
não virava um picolé
daqueles bem vermelhinhos
que podeia até ser de morango.
Ela ficou tão... tão... tão alegre
ela ficou tão feliz
que não sabia o que dizer.
Chegou perto de sua mãe
mas não abraçou, só beliscou;
foi pra perto de seu pai
mas não beijou, só fugiu;
quis acordar a irmãzinha
telefonar para a avó
quis chamar a vizinha
apitar para o guarda-noturno
cantar que nem passarinho
até que ela ouviu:
"Mariana já é tarde
larga tudo e vem dormir".
Daí ela levou um susto
pois jurava ter visto
o mundo todo clarinho
com um baita sol lá no céu.