domingo, 25 de janeiro de 2009

Dedo Arretado

Era um dedo do pé
daqueles sempre do contra.
Não gostava de meia
e então fazia um furo
e ficava espiando a vida
pelo escuro do sapato.
Tinha aflição de chão,
e ficava todo empinado
apontando para o céu
quando o menino levado
deixava os sapatos de lado
e ia brincar por aí.
Mas era um dedão
muito enxerido:
não gostava de dormir
dentro da coberta
e era só o menino cochilar
e ele já dava um jeitinho
de sair.
E o menino vivia acordando
de pé gelado!
Mas esse dedo atrapalhado
um dia levou o troco
para nunca mais esquecer:
ganhou um galo na ponta
de tanto forçar o sapato
e do lado, fiquei com dó,
enroscou-se num preguinho
que estava bem escondido
esperando sua vez.
E o dedão se acalmou
por uma semana e um dia
até começar, ai que coisa!,
tudo, tudo, outra vez!
Êta dedãozinho safado!

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